Aquecimento de 2°C: a conta que não fecha
17/11/14 02:00UM CLIMA DE otimismo se espalhou entre ambientalistas na semana passada, com China e EUA mostrando mais disposição de reduzirem suas emissões de gases do efeito estufa. É um passo adiante, sem dúvida, mas será que é uma promessa forte o suficiente para evitar o aquecimento “perigoso” do planeta: um acréscimo de mais de 2°C acima do normal? Vejamos.
Enquanto os EUA sinalizaram uma redução de 26% a 29% até 2025 (com base nas emissões de 2005), a China acenou com uma promessa um pouco mais vaga: fazer suas emissões pararem de crescer em 2030 e fazer com que que 20% da energia do país saia de fontes renováveis nesse momento.
A Europa, por sua vez, prometeu cortar emissões de carbono em 40%, em relação aos níveis de 1990. E, cinco anos atrás, o Brasil, prometeu cortar de 36% a 39% as suas emissões projetadas para 2020.
Os países englobados aí representam mais ou menos metade do CO2 global, então já é possível ter uma noção vaga sobre o quanto representam essas propostas.
Por fim, é preciso comparar esses dados com o que diz o IPCC: as emissões precisam cair de 40% a 70% em relação ao nível de 1990 para até 2050, de forma que tenhamos uma chance razoável (66%) de evitar o aquecimento de 2°C até o fim do século. (Isso também vai requerer que as emissões globais sejam zeradas até 2100, mas deixemos isso de fora da discussão por enquanto).
E, depois de anotar num papel tantas promessas baseadas em parâmetros diferentes e com linhas de base diferentes, eu obviamente desisti tentar fazer esse cálculo sozinho e decidi telefonar para especialistas.
CHAMANDO OS UNIVERSITÁRIOS
Passei a me sentir menos derrotado quando o climatólogo Carlos Nobre, do Ministério da Ciência e Tecnologia, me disse que também estava um pouco intimidado e se recusou a fazer uma conta nas costas de um envelope para responder à minha pergunta. (Talvez isso sirva para termos uma noção de quão difícil será atingir um acordo global sem que os países decidam debater sobre os mesmos termos.) Mas, sendo honesto com Nobre, ele já tinha, sim, um bom palpite.
Num cenário em que nenhum país se preocupe em cortar emissões, o planeta rumaria a um aquecimento entre 4°C e 5°C, um aumento catastrófico. Mas é improvável que a coisa fique tão ruim.
“Sem levar em conta o anúncio mais recente dos EUA e da China, os compromissos anteriores assumidos pelos países levariam o mundo a um aquecimento de 3°C a 3,5°C”, diz Nobre. “Agora, com essas sinalizações, pode cair mais um pouco, mas certamente não até 2°C.”
Suzana Kahn Ribeiro, do Painel Brasileiro de Mudanças Climáticas, participou ativamente das atividades no IPCC, e diz com segurança que as propostas globais ainda estão longe de se enquadrarem na meta de 2°C.
“Ainda é muita lentidão a China deixar para atingir seu pico de emissões só em 2030”, diz Suzana. “O que eles estão dizendo nas entrelinhas é que de forma alguma eles deixarão a questão do aquecimento global prejudicar o crescimento do país.”
Para a cientista, a proposta apresentada pelos EUA não representa nenhum esforço extra por parte do país, já que a substituição de carvão por gás (um combustível fóssil menos sujo) já está derrubando as emissões. “Além disso, por questão de segurança energética, eles já estão investindo bastante em fontes alternativas de energia. Eles não querem ficar dependentes das variações de preço de petróleo e da importação de combustível de áreas politicamente instáveis.”
Tasso Azevedo, Coordenador do Sistema de Estimativa de Emissões de Gases de Efeito Estufa do Observatório do Clima, também não consegue fechar de cara a conta dos 2°C. Mas não é tão pessimista.
Com a China aumentando suas emissões em 5% ao ano, seria preciso reduzir essa taxa gradualmente para que elas comecem a cair, em vez de subir, em 2030. “Em energia, não tem como você dar um ‘cavalo de pau’ para fazer uma curva, tem que ser uma manobra de longo prazo”, explica.
E se a China começar a desacelerar seu aumento no consumo de petróleo e carvão agora, o mercado de energia muda de perspectiva. “Isso provavelmente vai ter impactos na política de subsídios, porque vai haver mais oferta do que demanda para combustíveis fósses”, diz Tasso. “Vai ter mais dinheiro circulando para financiar outras fontes de energia.”
CARTAS NA MESA
Resta saber, por fim, o quanto outros países com altas emissões, incluindo o Brasil, estarão dispostos a fazer depois de 2020. Se nas discussões climáticas marcadas para o mês que vem em Lima, no Peru, os países conseguirem delinear esse cenário com mais clareza, será um grande avanço.
Sem um cenário com cartas mais abertas na mesa, afinal, será difícil que o tão almejado acordo global para cortes de emissões saia no final de 2015, quando haverá a rodada de negociações decisiva em Paris.
è muito fácil fazer todos os Países se inclinarem diante da Prioridade Mundial de Meio Ambiente: aqueles que não querem obedecer a essas Diretrizes terão seus produtos boicotados, sendo assim não haverá produção! E aí quando o bolso apertar, vão aderir a qualquer Lei Mundial……. É só não comprar seus produtos!!!!
Rafael gostaria de otimista, mas a realidade está a obscurecer o cenário. Se chegarmos perto dos 4 graus, haverá o degelo catastrófico dos solos congelados do Ártico, o permafrost, que liberará além do CO2, quantidades inimagináveis de metano. É a bomba de metano do Ártico. Fiz um cenário pessimista do que acontecerá e publiquei um e-book, aqui:http://www.widbook.com/ebook/o-aquecimento-global-e-suas-implicacoes-para-a-habitabilidade-da-Terra. Perderemos a habitabiliade da Terra!
O problema do aquecimento global, é que é bem sabido que o governo americano, subsidiado pelas industrias, financia os maiores e melhores especialistas em climatologia, onde todos os contratados afirmam na inexistência desse aquecimento. Sobram os pequenos e desconhecidos pesquisadores onde em nada influem em decisões mundiais e governamentais. Tanto é que as maiores empresas de climas do mundo, como a AGU, NOAA, etc nunca citam nada a respeito, muito menos as maiores universidades do mundo. E ai? Será que só o dinheiro faz isso? Ou a pressão governamental? Não acredito: deve haver realmente alguma verdade a respeito, ou no mínimo, os cientistas nada sabem ainda a respeito (de forma sólida e fundamentada), onde se pode contradizer facilmente qualquer especulação de aquecimento. Ate dou razão, pois em ocorrências drásticas regionais, sempre ocorrem uma vez por século, como já ter caido neve no deserto americano e mexicano, ou ter chovido demais lá por um periodo na vida, assim como superchuvas no deserto australiano e ate nossa atual seca no sudeste. Ou o desaparecimento de geleiras de muitos picos no mundo. Se sempre ocorreu isso a cada século, como separar isso de uma ocorrência fixa, continua e permanente? Absurdamete dificil e põe abaixo quem acredita no tal aquecimento. Sou a favor desses poucos desconhecidos mas sinto a dificuldade enorme que eles tem na comprovação. Sorte das industrias e dos governos que vem mais entrada de impostos nessa negação.
Tem que da risada, esse consumismo desenfreado, ganancia por dinheiro, o planeta não suportará essa desvantagem, o homem tem que agir quanto mais antes melhor, esse negócio deixar para não sei quanto, é conversa para boi dormir, quantos dos nossos filhos e netos sofreram digo em geral, com esse clima devastador, cada dia pior, vejo em países como Japão China usando aquelas mascara para evitarem contato, isso é vida. Esse aquecimento global que está afetando as geleiras, os desmatamentos ilegal no mundo todo, agrotóxicos que são jogados nas lavouras para produzir mais, nesse caso destroem a pirâmide alimentar dos seres vivos. É preciso que esses estadista do planeta, tomassem um providencia.
O aquecimento global é uma realidade que ainda, eu disse “ainda” não atingiu seu nível crítico, mas atingirá com certeza e isto é bíblico conforme relatado no apocalipse cap 7. O calor, a seca, a inundação e as guerras que resultarão em decorrência da conquista da água levará o mundo a uma situação insustentável. Não é ser catastrofista, é ser realista
Bom dia Rafael, digamos que a Dilma sofra um surto psiquiátrico para o lado bom e promova o desenvolvimento econômico e industrial e que por razões que a própria razão desconhece, a partir de janeiro próximo o Brasil comece a crescer como gostam de dizer os comentaristas econômicos, de forma virtuosa ou um pouco mais e, se vingando dos “pibinhos” passados o país passe a mostrar um crescimento do PIB de 10, 12 ou 15%. É lógico que a manutenção destes níveis pelos próximos 30 ou 40 anos nos inscreverá na “elite” dos países industrializados e colaborando fortemente para a poluição global e surgiriam os blocos dos países que já estariam em outros níveis a nos cobrar pela diminuição da poluição e do desenvolvimento. Quais seriam as decisões mais justas, politicamente corretas e em prol do futuro da humanidade: deixamos de poluir e diminuímos nossos potenciais de crescimentos de riquezas? Agora imagine o mesmo quadro só que inserindo mais dez ou vinte países com mesmas decisões?
O aquecimento bobal vai diminuir a população mundial? Pois que venha logo. O quanto antes possível