Seu cachorro boceja para estranhos?
09/08/13 07:01ALGUNS EXPERIMENTOS parecem ter sido feitos sob medida para ganhar o Prêmio Ig Nobel, a láurea máxima da ironia científica. O mais recente deles traz importante informação sobre o comportamento de animais de estimação: cães são mais propensos a bocejar quando veem o dono fazendo o mesmo do que quando observam um estranho qualquer bocejando.
O estudo que relata essa estranha peculiaridade canina saiu anteontem na revista PLoS One, assinado por Teresa Romero, da Universidade de Tóquio. Como a maioria dos trabalhos que costumam ganhar o Ig Nobel, é um trabalho que primeiro nos faz rir, depois nos faz pensar.
Romero e seus coautores fizeram um cuidadoso e controlado experimento, recrutando cães e donos com avisos em consultórios de veterinários. Vinte e cinco animais foram submetidos ao bocejo de donos e estranhos enquanto tinham os batimentos cardíacos monitorados, e os pesquisadores concluíram que o contágio de bocejo entre indivíduos com ligação afetiva era três vezes maior do que entre estranhos.
Até aí, nenhuma novidade. O encadeamento de bocejos parece ser um importante elemento de interação social e empatia entre macacos e humanos, e biólogos já especulavam que sse comportamento estava intimamente ligado à evolução de mamíferos sociais. Em outras espécies, porém, o papel do bocejo é incerto. Os próprios cães, por exemplo, não costumam trocar bocejos entre si.
O que teria originado o bocejo na evolução dos mamíferos, então? Alguns estudos reuniram evidências parciais de que nos canídeos o bocejo seria meramente uma reação comum a eventos de estresse, sem uma função comportamental. (É impressionante, aliás, a quantidade artigos técnicos sobre bocejos canídeos que existe por aí.) A questão, de um jeito ou de outro, estava em aberto.
O estudo de Romero, porém, traz uma forte evidência contra essa hipótese, pois o batimento cardíaco dos cães bocejantes não se alterou durante o experimento. Além disso, o fato de o contágio bocejático ocorrer com mais frequência entre cão e dono indica que há um componente importante de afetividade no comportamento.
“Durante a domesticação, cães foram selecionados para prestar ateção em humanos”, escreve Romero. “Portanto, é possível que eles estejam predispostos a reagir mais intensamente, ou até exclusivamente, a sinais sociais humanos do que aos de sua espécie.”
A evolução conjunta de cães e humanos nas últimas dezenas de milhares de anos, portanto, pode ter sido aquilo que fez esses animais terem adquirido uma capacidade rudimentar de empatia.
Meu cachorro (na verdade, uma fêmea da raça pug) quando boceja, boceja pra caramba, às vezes chega até a emitir ruídos…rs. E, além disso, ronca. Mas é uma excelente companhia.
Talvez o bocejo seja uma maneira do indivíduo comunicar ao grupo que o ambiente estaria seguro para o repouso, ou que seria momento de uma parada para tal.
Se considerarmos a evolução dos animais sociáveis em meio a predadores: um dependia da vigília do outro para segurança em seu repouso. Uma hipótese para esse acontecimento ser mais susceptível entre indivíduos com ligação afetiva.
caso meu cão boceje para visitas, eu ascendo um defumador depois 😉
kkkkkkkkk é timidez o meu faz isso quando chega alguém perto de mim que ele não conhece.
Minhas totós foram bem criadas, não falam com estranhos.
O dia naquela tarde fria parecia tranquilo e na frente do pc com uma manta nas costas ele lia a matéria sobre o bocejar dos cães. O tal bocejo sem dúvida é contagioso pensou ele bocejando, adiante em um canto da sala em seu tapete o cão bocejou ao gato que retribuiu em seguida, emitindo um longo bocejo. Estranho, o pássaro havia parado o seu canto…ora vejam só, ele também estava bocejando. Bem, vamos parar de bocejar e trabalhar, por favor caro Rafael, acrescente um “e” na frase: “e biólogos já especulavam que sse comportamento estava intimamente ligado à evolução de mamíferos sociais”. Bom bocejo a todos os leitores :))