Uma pergunta inconveniente sobre Sandy
30/10/12 07:01COMO NÃO PRETENDO tornar este blog um espaço monotemático, tenho evitado falar demais sobre ciência do clima, mas confesso que está difícil. Escrevo hoje desde Chicago, de dentro de um hotel, onde espero meu voo de volta para Washington poder decolar. A culpa, claro, é do furacão Sandy, reclassificado como tempestade não-tropical após se misturar com ventos árticos.
Com todos os aeroportos da costa nordeste dos EUA fechados, a rede de trem parada, Atlantic City embaixo d’água e quase 10 milhões de pessoas sem eletricidade, é difícil não pensar em meteorologia. A essa altura, ainda não há estimativas de quantas podem ser as vítimas de consequências mais graves.
No meio do caos, redes de TV exibem seus repórteres recitando textos no meio do vento e com a água na canela no sul de Manhattan, mas ainda não tiveram tempo de tocar em um tema delicado. A pergunta que republicanos e democratas querem evitar diante de uma catástrofe climática às vésperas das eleições é esta: a tempestade Sandy é um produto do aquecimento global?
A resposta curta é um não. Qualquer climatólogo responsável vai dizer que não é possível atribuir um evento individual à mudança climática, pois a força de uma tempestade como Sandy, por mais incríveis que sejam as imagens da TV, ainda está dentro da variabilidade natural do clima.
Essa resposta seca, porém, deixa um incômodo no ar. Cientistas sabem que a temperatura da superfície dos oceanos está ligada a furacões e tempestades. Esses eventos extremos são alimentados diretamente pela energia da água evaporando nos mares, que por sua vez tem aumentado, em média, em função do aquecimento global. Será que não é possível, então, atribuir a intensidade de uma tempestade às emissões de gases do efeito estufa que alimentam o aquecimento global?
Um interessante artigo do climatólogo Kevin Trenberth publicado em março provavelmente passou despercebido pela imprensa, pois naquele mês os EUA não passavam nem por tempestade nem por uma onda de calor. Trenberth, um dos chefes do NCAR (Centro Nacional de Pesquisa Atmosférica dos EUA), tem se dedicado há vários anos a estudar a ligação entre eventos climáticos extremos e o aquecimento global. E sua resposta para essa questão não poderia ser mais inconveniente.
“Na verdade, estão fazendo a pergunta errada: a questão foi colocada de maneira pobre e não há resposta satisfatória”, escreveu. Sem dizer qual é a pergunta que gostaria de ouvir, o cientista já mostrou qual é a resposta que gostaria de dar. “A resposta é que todos os eventos climáticos são afetados pela mudança climática, pois o ambiente no qual eles ocorrem é mais quente e úmido do que era antes.”
Cientistas do clima consideram isso uma obviedade e muitas vezes acabam tendo um cuidado exagerado em suas declarações ao público leigo, limitando-se a responder as perguntas que lhe foram feitas. Isso é resultado do clima de guerra de desinformação que se instalou no debate público sobre o clima, com negacionistas do aquecimento global explorando e deturpando tudo o que climatólogos dizem.
Trenberth, que sempre fundamentou seus estudos muito bem e escreve de maneira mais clara que a média dos cientistas, está dando um exemplo sobre como não se deixar manipular pelo discurso desinformado e/ou enviesado de jornalistas que buscam aguar a importância do aquecimento global no tema. A mudança climática tem impacto, sim, na intensidade média dos eventos climáticos extremos quando se olha para o panorama mais abrangente.
O público americano, porém, não parece ser majoritariamente favorável a ações corajosas para reduzir as de emissões de CO2. Não é um eleitorado que se comove facilmente, e ainda não reconhece que a ação dos EUA é fundamental para mudar o futuro de longo prazo do clima. A apenas uma semana das eleições presidenciais, além disso, é improvável que Sandy tenha algum impacto na política de mudança climática proposta por Romney ou Obama, pois a ciência como um todo foi um tema marginal durante a campanha. Enquanto vejo Sandy afogar a Costa Leste na TV, assisto também aos anúncios pró-Romney que o lobby do carvão pagou para veicular em todos os intervalos do horário nobre na CNN. Fala-se em energia sem que se mencione o clima.
Essa apatia, porém, pode começar a mudar a partir de agora. As imagens do sul de Manhattan embaixo d’água talvez contribuam para que o público formador de opinião pense mais sobre o assunto. Ainda é cedo para fazer comparações da escala de devastação de Sandy com a do Katrina, em 2005, mas com certeza o número de pessoas afetadas não será pequeno. Se, a partir de agora, cada presidente americano tiver uma supertempestade no currículo, talvez a mudança climática entre na pauta eleitoral com mais força.
Termino este post então reproduzindo algumas afirmações de Trenberth que podem ser úteis ao próximo presidente dos EUA (o NCAR é pago pelo governo para dar conselhos, aliás):
“Eventos climáticos são tipicamente tratados individualmente, mas muitos não estão desconectados. Uma concentração de [eventos] extremos ocorre quando a variabilidade natural cria anomalias que vão na mesma direção do aquecimento global”, escreve. “O aquecimento global antropogênico [alimentado pela humanidade] tem um papel identificável no clima extremo.”
Observando o conjunto de eventos que tem acometido a humanidade – climáticos, econômicos e afins, me pergunto se o gênero humano não está às portas de um ponto de inflexão, acompanhado de trágicas consequências para todos.
oh god, lá vem esse povo com essa de aquecimento global provocado por emissao de Co2, uma das maiores fraudes de todos os tempos. Os políticos e os ecologistas viraram os profetas modernos, espalham medo nas pessoas para conseguirem mais poder, controle sobre os demais. O que não deve faltar é ongueiro doido para receber verbas para campanhas anti qualquer coisa, e políticos procurando leis para impedirem as pessoas de trocarem o produto A pelo B sob ameaça de multa e prisão.
Ahan. Milhares de cientistas no mundo inteiro estão unidos para criar uma conspiração megalomaníaca, primeiro-mundista, e em conluio com as ONGs para roubar as riquezas do povo pobre e sofredor do sul. Só que não.
Então, será que não rolava de sua parte, Caio Silva, ler alguns relatórios sobre mudança do clima ou mesmo livros (Nicholas Stern é um bom começo como autor que trata o tema) e dar uma conferida dos dados antes de descartar essa correlação ou pra você até mesmo a correlação entre poluição urbana e problemas respiratórios é só “conversa fiada”?
Os tempos de paz estão acabando e vão sumir se pensarmos em desunião ou quem é culpado, temos sim que ter enfase na ciência comprovar que isto ou aquilo existe e é fato aí sim somar conhecimentos e para podermos agir não contra a natureza que sempre se defende, mais contra a morte de pessoas afetadas pelas ações dela.
Incrível como ainda se especula sobre esse fato. A Hipótese (e depois Teoria) Gaia de James Lovelock nasceu em 1965 e até hoje é considerada por muitos como uma teoria sem embasamento! Leiam mais sobre o assunto e abram suas mentes para um entendimento mais abrangente sobre um sistema incrivelmente complexo e belo que chamamos de Terra. O homem não é o centro do universo, é apenas uma de suas inúmeras manifestações…
Caio, assim como você se refere com desdém a “esse povo com essa de aquecimento global”, devo lembra-lhe “daquele povo com essa de teoria da conspiração”. Ou você acha que podemos esgotar esse mundo sem nenhuma consequência significante?
Pessoas que não acreditam na importância da sustentabilidade e nos efeitos do aquecimento global estão desrespeitando o trabalho de muitos cientistas sérios e usando da incredulidade para ignorar algo que talvez só não consigam compreender.
É triste perceber que existem pessoas que realmente encaram o aquecimento global causado por emissão de CO2 como uma fraude. Cientificamente, não existem dúvidas de que emissões de CO2 podem elevar a temperatura global. Se um dia sofreremos absurdamente por causa da alta emissão de CO2, ou se o impacto não será tão grande quanto dizem, realmente ainda não temos como saber. O que sei é que não se pode negar um fato simplesmente porque ouviu-se por aí alguém dizendo que tudo não passa de uma picaretagem dos políticos e ecólogos. O fato de certas pessoas tentarem conseguir vantagens espalhando inverdades ou usando uma informação de maneira errônea e espalhafatosa, somente para conseguir “controle sobre os demais”, acontece em qualquer esfera, não só científica, mas não são essas pessoas que devem definir se algo deve ou não ser desacreditado. Ter discernimento para entender o que é real e o que são suposições/predições para o futuro, é necessário. Pensar antes de chamar de bobeira algo que está sendo seriamente estudado há décadas, também é crucial.
Mas é óbvio que o furacão existe não pelo possível ou provável aquecimento global, antes da atividade humana interferir no clima, esse tipo de coisa já existia…
Não com a frequência e intensidade vista na última década.
Que nada. Besteira este papo de aquecimento global. Podem queimar hidrocarbonetos a vontade!! Esses ventinhos aí são bobeira…E não dê ouvidos a estes senhores do apocalipse…O mundo vai continuar existindo por bilhões e bilhões de ano…..Ass. lucifer !!
Há aqueles que desdenham das previsões sobre o aquecimento global, dizendo que se trata de fraude, blá, blá, blá. Eu tenho percebido algumas alterações climáticas em S. Paulo como por ex.: o ar está muito mais seco, não existe mais garoa desde a década de 70, a humidade relativa do ar baixou muito nos ultimos 5 anos, nosso nariz e olhos estão ardendo mais, as roupas no varal estão secndo mais depressa, nunca se vendeu tanto ar condicionado e vaporizadores de humidade, o gado no pasto não consegue hoje ficar ao sol como ficava a 40 anos atrás, (digo isto pelo que vejo no interior de SP), as nascentes diminuíram seu fluxo, estamos buscando água cada vez mais longe.
Essa incapacidade de alguns de aceitar que o desconhecido (nesse caso, o imprevisível) á parte existência do universo, é que criou religiões, teorias, conspirações e consequentemente, manipulação, crimes, crueldades das mais torpes formas de maldade.
A natureza é assim. Ela não tá nem ai pros humanos e suas crenças…
Num mesmo ano tem-se o degelo recorde do Ártico, a mega-tempestade Sandy, o verão mais quente de todo o registro histórico no Hemisfério Norte, cheia recorde no Rio Negro, incêndios florestais causados por uma onda de calor inédita no meio-oeste americano. Tudo isso é compatível com um clima aquecido e este, por sua vez, é o resultado previsto do aumento da concentração de CO2 e demais gases de efeito estufa. Ainda assim, tem gente que nega o papel antrópico nas mudanças climáticas. Irracionalidade deveria ter limite…
E um calor da moléstia em Brasília!
Regra básica:
Tempo não é clima.
Sds
Viktor
Qual aquecimento global, meu caro, se o Pacífico, a maior superfície de água do planeta, está sob um período de redução de sua temperatura? Só falta você dizer que o esfriamento é por conta do aquecimento.
Por favor, coloque um link para o artigo do Kevin Trenberth…
Bruno, o link estava lá, mas como esqueci de grifar ficou praticamente invisível. Aqui vai de novo:
http://link.springer.com/article/10.1007%2Fs10584-012-0441-5
Cabe notar que a Springer teve a decência de liberar o acesso a esse artigo, que é claramente uma obra de interesse público.
Eita povinho de mente fraca, em pleno século 21 ainda pensando como no século 19. Efeito estufa nunca existiu, só a dupont é q sabe da verdadeira história. Fala sério. As mudanças naturais da terra são de diversos aspectos e não só de um. Todos os eventos climáticos são previsíveis com a atual tecnologia e o povo americano está acostumado com eventos naturais e artificiais (11/09), se preparam, com construção de verdadeiros bunckers nos subsolos dos prédios e isso já tem muitas décadas.
E tome furacão e tome a pior seca dos últimos 60 anos pra cima dos americanos pra aprenderem a serem espertos. o único problema é que a seca aqui também está terrível. A humanidade inteira, inclusive as futuras gerações, vão sofrer porque líderes fracos se recusaram a fazer as mudanças no nosso estilo de vida para preservar um sistema econômico e modo de vida que o planeta não pode sustentar. Não há vencedores.
Rafael, emoções eleitorais à parte, Sandy é apenas um entre vários e vários furacões que passam ou atingem os EUA todo o ano. Caso continue a previsão de estragos na ordem de US$ 20 bi, ele seria classificado como décimo-sétimo furacão que causou mais prejuízos (http://rogerpielkejr.blogspot.com.br/2012/10/sandy-and-top-20-normalized-us.html).
Espero que isto não ajude ou prejudique nenhum dos candidatos pois seria muita futilidade decidir sobre quem deve governar a nação mais poderosa do planeta baseado em um evento fugaz (respeitando as vítimas, claro).
Não existe tragédia nenhuma acontecendo nos EUA. Apenas o normal.
Sds
Viktor.
http://www.youtube.com/watch?v=XMTVGBGs_40&feature=player_embedded
Claudio Angelo,
Procuro informação isenta, imparcial e balanceada. Procuro fatos e não versões. Considerando isto, PBS não é uma fonte preferencial.
Sds
Viktor
Li hoje um artigo no Huffington Post de autoria de George Lakoff que talvez pudesse esclarecer mais seu ponto de vista.
Andrea,
Assim como procuro não ler o Marc Morano, também não leio o Huffington Post ou o Joe Romm. Obrigado.
Em retribuição ao seu link, talvez seja interessante ler este:
http://online.wsj.com/article/SB10001424052970204840504578089413659452702.html?mod=WSJ_Opinion_LEADTop
Ressalta-se que o autor tem credenciais na área e aceita a influência do homem no clima. Mas não é ativista ou alarmista. É um cientista realista.
Sds
Viktor
Viktor,
Apesar de Pielke Jr. não ser tecnicamente um cético do aquecimento antropogênico, o Wall Street Journal é um jornal conservador que já deixou bem claro qual é sua posição editorial sobre o tema: contra política de reduções de emissões.
Pielke e o WSJ me parecem ter se unido aí porque o ponto em comum entre eles é o de que a ciência não deve interferir na política —sobretudo quando existem interesses financeiros no meio. O WSJ é contra isso por razões puramente ideológicas, e o Pielke porque acha que não funciona. Pessoalmente, acho que a ciência tem não só o direito, mas também o dever de informar processos decisórios na esfera pública. Mas isso é outra discussão.
O Pielke já tinha criticado o Trenberth no livro dele (pelo menos é o que a resenha da Economist sugere) e se antecipou agora para defender território, diante de um evento que desafia sua argumentação. Mas tenho a impressão de que ele fez uma seleção enviesada de fatos.
Sandy, como escrevi no primeiro parágrafo do meu post, já não era um furacão quando aterrissou na costa leste. Mas foi sem a menor sombra de dúvida um evento climático extremo de outra classe, uma tempestade com um pé d’água de proporções bíblicas. O que a maioria dos modelos aponta é um aumento em várias classes de eventos climáticos extremos, não apenas furacões. Isso precisa ser levado em conta quando se analisa a parcela de culpa do aquecimento global e da variabilidade climática natural em cada evento. Por isso estou ansioso por ver o que o Trenberth terá a dizer sobre 2012 (esse tipo de estudo leva uns 5 ou 6 meses para sair). Até agora, pelo que me parece, foi um ano bem atípico.
Rafael, o Alfredo (abaixo) falou de uma possível explicação para a forte precipitação que ocorreu (a conjunção de duas tempestades). Acho que isto será corroborado (se já não está) pelas animações de satelite que logo estarão na rede. Temos também que considerar a conjunção destas duas tempestades com as eleições nos EUA, e a pressão dos grupos ambientalistas e ativistas climáticos sobre os canditatos que no último debate não falaram absolutamente nada sobre a questão. Além disso, temos a máxima de não deixar que a verdade atrapalhe uma boa matéria jornalística. Enfim, Sandy já se dissipou e foi para o Canadá. Mas seus estragos físicos e lógicos (políticos) ainda não se dissiparam e devem reberberar até as apurações das eleições americanas.
Sds
Viktor
ps.: Mann agradece Sandy…
Uma coisa apenas:
http://www.youtube.com/watch?v=kmVfH4BUvJ4&feature=g-u-u
Ok Philip.
Mas temos que convir que certas variáveis sobre grandeza de furacões só se tornaram possiveis a partir da era dos satélites. Antes disso, apenas tinhamos vagas aproximações.
Mas tem isto também:
http://en.wikipedia.org/wiki/Great_Hurricane_of_1780
Se este furacão matou 22 mil pessoas há mais de 200 anos atrás, quantas ele mataria hoje ? Confira também a lista dos furacões mais mortais.
Sds
Viktor
Viktor, você não notou que 7 desses 17 furacões estão concentrados nos últimos 25 anos? Eu nem sei se o custo dos danos é um bom proxy para estimar o aumento de furacões, porque hoje existe mais infra-estrutura de proteção, e por isso mesmo acho preocupante que tantos eventos estejam concentrados no último quarto de século. O Trenberth já vem mostrando isso desde 2006, quando ele fez uma análise de regressão usando pela primeira vez os dados de 2005, o ano do Katrina (http://www.agu.org/pubs/crossref/2006/2006GL026894.shtml).
O que aconteceu foi que a temperatura média do atlântico estava 0,9°C mais quente em média naquele ano, e por isso teve tanto furacão. Parte disso é variabilidade climática natural, claro, mas o estudo dele mostrou que metade desse valor pode ser atribuído ao aquecimento global. Em outras palavras, a mudança climática é um trampolim para a variabildade natural saltar mais longe.
A expectativa de senso comum entre os especialistas é que o aquecimento global provocaria mais furacões e furacões mais fortes. O ano de Katrina foi adequadíssimo para “encaixar” essa perspectiva, pois aconteceram vários furacões fortes.
Mas os anos passaram e nada mais aconteceu.
Este ano foi absolutamente tranquilo. a temporada de furacões acabaou e se não fosse a minúscula Sandy teria sido um dos naos mais tranquilos.
Sandy foi o esperado, quando bateu na costa era apenas um furacão de nível 1 mas que virou um aguaceiro por conta do encontro com uma frente fria do Norte.
Pronto. Por que tanta onda em cima de um fato comum e esperado? Sandy não foi categoria 5 e não foi o quinto categoria 5 do ano, mas bateu em uma cidade toda complicada como Nova York e a dimensão “vira” uma catástrofe.
Alfredo,
Você tem razão quanto à intensidade dos furacões, mas eles não são o único tipo de evento climático extremo. Secas e chuvas intensas também estão entre os eventos que tendem a ocorrer mais, dependendo da região, a medida que o aquecimento global avança. Sandy não tinha ventos tão fortes quanto os furacões mais fortes de 2005 e acabou sendo reclassificado depois, mas foi o maior furacão já medido em diâmetro, e causou danos em uma extensão territorial absurda, inundando muitas e muitas áreas. Veja o que aconteceu em Atlantic City e no resto da costa costa de Nova Jersey, por exemplo. Sandy não foi só um mero “aguaceiro”. Ele matou bem umas 100 pessoas, deixou 8,85 milhões sem luz e mais de 200 mil desabrigados se contadas as vitimas do Caribe. Depois do inverno, os cientistas devem começar a tabular os dados desse ano para ver como isso se traduz em relação as projeções previstas com o aquecimento global. Os climatólogos nunca disseram, por exemplo, que Sandy ou mesmo o Katrina foram eventos sem precedentes. O que a projeção do Trenberth indica é que fenômenos como esses vão se tornar mais e mais frequentes à medida que temperatura da superfície do Atlântico subir com o aquecimento global. O clima vai continuar variando como sempre variou, mas o espectro de variação vai se deslocando gradualmente para cima, e fenômenos de maior intensidade ganham mais probabilidade de ocorrer, sejam eles secas, inundações ou furacões. Recordes tendem a ser batidos. Os dados dão suporte a essas projeções, e isso não é uma alegação extraordinária. Dizer que Sandy era algo “comum e esperado” é exatamente o discurso que eu estou criticando, porque esse tipo de evento extremo vai se tornar cada vez mais “comum e esperado”.
Perfeito, Rafael.
Só alguns detalhes… o forte “aguaceiro” teve como causa principal a junção com a frente fria que veio do Canadá, não fosse por isso os prejuízos teriam sido muito menores. Mais, o ano foi sem notícias sobre furacões, e esse, provavelmente o último, pois vai até o novembro o tempo deles, quando bateu a costa era apenas categoria 1.
Os números citados por você são absolutamente esperados dependendo onde “bate”. Se batesse em outro local dos EUA, talvez fosse muito menor.
Os furacões em específico, desde o Katrina, têm se comportado de forma muito boazinha com relação às projeções de quantidade e categorias.
Rafael,
Embora respeito as opiniões de Trenberth, seria interessante dar uma lida neste artigo do Forbes:
http://www.forbes.com/sites/warrenmeyer/2012/10/31/with-climate-why-is-extrapolating-from-a-single-data-point-called-science/
Sds
Viktor
Sempre digo aos meus amigos que a questão do aquecimento global deve ser tratada da mesma maneira que as questões de Saúde Pública. Ora, ainda hoje há cientistas, gabaritados inclusive, que afirmam que a AIDS não é causada pelo HIV. Mas por acaso algum governo sério se deixa levar por essa minoria? Não!!! Segue-se a opinião científica dominante. O mesmo deveria ser feito nessa questão. Fica então minha pergunta ao Rafael: fora o IPCC que outras revisões de literatura existem que quantifiquem a porcentagem de trabalhos (e cientistas) que ratificam o aquecimento global antropocentrico?
Para tratar deste assunto, temos que verificar todas as possibilidades. Segue uma destas:
O ex-secretário William Cohen, que serviu na administração do presidente Clinton — “Outros estão envolvidos até em um tipo ecológico de terrorismo, por meio do qual podem alterar o clima, provocar terremotos e erupções vulcânicas por meio do uso de ondas eletromagnéticas.” “Discurso de Cohen em 28/4 na Conferência Sobre Terrorismo”, 28/4/1997, na Universidade da Geórgia. http://www.espada.eti.br/n2313.asp
…HAARP é a mais útil ferramenta que se possa imaginar nas mãos da conspiração iluminista global! Com esta arma, os cientistas podem modificar e controlar o clima, criar terremotos e as mais violentas tempestades, produzir explosões do tipo nuclear em qualquer lugar do planeta e na velocidade da luz, e até mesmo controlar as mentes de populações inteiras! O Dr. Begich, que também é autor do livro “Angels Don’t Play This HAARP”, apresenta os desenvolvimentos fundamentais dessa tecnologia amedrontadora. http://www.espada.eti.br/n2447.asp
“Quando vier o nosso reinado, nossos oradores raciocinarão sobre os grandes problemas que emocionaram a humanidade, para levá-la afinal ao nosso regime salutar. Quem duvidará, então, que todos esses problemas foram inventados por nós de acordo com um plano político que ninguém adivinhou durante séculos?” [Protocolos dos Sábios de Sião, fim do Protocolo 13; ênfase adicionada]. http://www.espada.eti.br/n2298.asp
Pois é: já está mais do que na hora de deixarmos o obscurantismo de lado (com suas crenças em mega-conspirações, etc.) para deixarmos a luz da razão dominar a cena, e as ações necessárias. Parabéns ao autor pelo texto moderado e esclarecedor.
Os furacões são causados pela energia de altas nuvens devido ao frio intenso, que se deloca em direção ao calor dos mares causado pelas placas tectônicas, por isso mesmo sugem sempre sobre os mares. Como toda energia ande em círculos, tanto na rede elétrica como nos deslocamentos de ar, formam-se furacões ou tufões sempre de forma circular. Muito simples, mas é a resposta correta.
“E …haverá também coisas espantosas, e grandes sinais DO céu.” Lc 21:11.
Quanta bobeira gente. Nao sei o que eh pior: cientistas usando modelos como oráculos ou jornalistas achando que entendem de climatologia buscando em cientistas o reforço de suas opinioes malfundamentadas……