Sobre o aquecimento global e o modelo heliocêntrico
28/06/12 16:15EM CERTO DIA no início da década passada, a editoria de ciência da Folha recebeu a curiosa carta de um leitor que tinha elaborado uma teoria própria. O autor da missiva defendia a ideia de que a Terra não se movimenta em torno do Sol e que este não está no centro da órbita dos planetas. A carta perguntava se a reportagem do jornal tinha interesse em cobrir essa nova “descoberta”: nosso planeta é que está no centro do universo.
Negar o modelo heliocêntrico nos dias de hoje é uma atitude “corajosa”, para usar um eufemismo, e é fácil entender por que o remetente da carta imaginou que o jornal iria se interessar. Caso sua teoria estivesse certa, toda a ciência astronômica produzida desde Nicolau Copérnico, no século 16, cairia por terra. É difícil imaginar uma notícia sobre ciência mais retumbante do que essa.
A probabilidade infinitesimal de que a hipótese de nosso leitor estivesse correta, porém, não foi o bastante para nos motivar. Ignoramos o convite e demos prosseguimento à nossa cobertura habitual de astronomia. Estou seguro de que eu e meus colegas não nos arrependemos, ainda que haja uma mísera chance de o maior furo de reportagem do milênio ter passado por nossas mãos.
Recentemente, jornalistas de todo o país têm tido que enfrentar uma outra tentação: o assédio dos chamados “céticos do clima”, intelectuais que negam as teorias vigentes sobre o aquecimento global. Caso suas hipóteses estejam corretas, cairá por terra o conhecimento construído após quase um século de pesquisa climática, que culminou na conclusão de que o planeta está aquecendo em função da emissão de gases do efeito estufa por atividades humanas.
Diferentemente de nosso leitor geocentrista, porém, os céticos do clima vêm tendo bastante sucesso em convencer jornais, revistas e programas de rádio e TV no Brasil a divulgar suas ideias. Talvez seja uma comparação injusta, pois há diferenças entre as duas teorias. É mais fácil acolher um discurso que questiona uma ciência geralmente restrita a especialistas, como a da mudança climática, do que endossar uma carta contrariando fundamentos de astronomia que uma criança no 4º ano do ensino fundamental é capaz de entender.
O fracasso dos céticos do clima em publicar estudos revisados em periódicos científicos, porém, é inegável. Existe uma razão para isso: a negação do aquecimento simplesmente não se sustenta diante das observações, e os pareceristas das revistas barram estudos nos quais as contas não fecham. O IPCC (Painel Intergovernamental sobre Mudança Climática), por outro lado, reuniu centenas de estudos publicado mostrando como a alta concentração de CO2 no ar faz com que atmosfera se aqueça. Além de se basear numa teoria coerente e apoiada por observações, o último relatório do IPCC exibe uma certeza estatística de 90% ao afirmar que a humanidade está causando o aquecimento global. Isso significa que céticos do clima apostam suas fichas em uma faixa de 10% de incerteza, munidos de teorias carentes de evidência e que muitas vezes nem sequer fazem sentido.
Verdade seja dita, esse cenário não garante que o IPCC esteja correto. Todos gostariam que as conclusões dos climatólogos tivessem 100% de garantia, em vez de 90%. Acontece que uma certa dose de incerteza é inerente a toda a ciência. A diferença entre teorias boas e ruins é que as últimas não sobrevivem ao espírito questionador da comunidade científica. Teses alternativas sobre o aquecimento global não emplacam em revistas científicas porque a concentração de CO2 no ar é alta, o mundo está esquentando, as observações confirmam isso e as teorias que mostram a relação de causalidade entre um fato e outro estão comprovadas.
Agora, a despeito da abundância de evidências, é justo dizer que alguns ambientalistas fazem campanha contra os combustíveis fósseis sem realmente entender o que é o efeito estufa. Por outro lado, sabemos que muitos céticos do clima são meros porta-vozes da indústria do petróleo, interessada em deter o movimento ambientalista. Quero crer que nem toda a discussão é enviesada, porém. É aceitável que alguns neguem o aquecimento por convicções acadêmicas sinceras. Me parece ser o caso do mais ilustrado dos céticos do clima brasileiros, Luiz Carlos Molion, professor da Universidade Federal de Alagoas, entrevistado pela Folha nesta semana.
Alguns anos atrás, tive a oportunidade de assistir a uma palestra de Molion, que aceitou um convite para a ir até o auditório do jornal explicar sua posição. Físico e meteorologista, ele reconhece que o planeta esteja se aquecendo, mas não por causa do efeito estufa. As culpadas seriam a oscilação no nível de radiação solar e a atividade vulcânica terrestre. O professor foi gentil e atencioso com sua audiência, mas o debate ao fim da apresentação acabou ficando um pouco tenso quando alguns jornalistas presentes o questionaram. Eu estava entre aqueles que não se convenceram.
Ao rejeitar o assédio dos céticos do clima, posso estar abrindo mão de notícias com títulos sedutores, mas estou seguro de que faço a coisa certa. Preciso de mais do que de uma carta bem escrita para que minha confiança no modelo heliocêntrico seja abalada. E preciso de mais do que uma seita minoritária de intelectuais com estudos rejeitados pela comunidade científica para que eu duvide do aquecimento global.
Às vezes abrimos espaço para os céticos do clima no jornal, pois alguns deles exercem tanta influência que não podem ser ignorados. Fora isso, leitores têm direito de pedir que os jornais se posicionem sobre determinados assuntos, mesmo quando cientistas já atingiram consenso. Nós, jornalistas, afinal, temos de cobrir debates que se desdobram na sociedade civil como um todo, não apenas nos círculos acadêmicos. É o que aconteceu durante as denúncias de céticos contra práticas do IPCC em 2009, apelidadas de “climagate“. Noticiamos tudo e, após uma investigação, nenhuma fraude foi constatada, apesar do tratamento que alguns cientistas dão aos céticos terem sido reprovados.
Nos últimos anos, porém, à exceção deste post de blog, desisti de me dedicar pessoalmente ao tema. Pelo que observei, negacionistas do aquecimento global parecem estar mais interessados em fazer barulho do que em provar alguma coisa. Se quisessem provar que estão certos, não deveriam procurar jornalistas. Deveriam bater na porta dos editores de periódicos científicos indexados, o fórum onde o consenso acadêmico se manifesta no mundo moderno.
Não vou detalhar aqui razões científicas sobre por que eu acredito que as teorias sancionadas pelo IPCC estão corretas. Este post é mais sobre jornalistas do que sobre climatólogos e seus rivais, afinal. Sites de cientistas como o Real Climate e iniciativas de professores como o Centro Nacional para Educação em Ciência têm material suficiente para abastecer qualquer repórter que tiver paciência de entrar numa discussão com céticos do clima. Essas discussões não costumam ter fim, alerto, pois muitos argumentos contra o aquecimento usam incertezas pontuais e lógicas circulares imunes a questionamentos externos. É a mesma estratégia dos criacionistas para sabotar o ensino da teoria da evolução.
O cenário retratado em grande parte da mídia como uma “polêmica” entre climatólogos e céticos do clima, portanto, é uma caricatura da realidade. O peso dos argumentos em prol do IPCC é tão acachapante que chega a ser desonesto dar aos negacionistas o mesmo peso de importância numa reportagem. Quando escrevo sobre o Sistema Solar, igualmente, não considero necessário destacar que há uma minoria de pensadores que ainda preferem o modelo geocêntrico. Abrir espaço arbitrariamente para qualquer tipo de negação não deixa uma reportagem mais “equilibrada”.
É verdade que houve um momento em que os astrônomos tiveram de discutir de igual para igual com os intelectuais ligados à Igreja Católica. Isso foi cinco séculos atrás, quando a Santa Sé ainda tentava salvar o modelo geocêntrico da investida de Galileu Galilei. Hoje ninguém mais tem paciência para reacender a discussão cada vez que uma alma isolada questiona a centralidade do Sol entre os planetas.
O modelo teórico que explica o efeito estufa e o aquecimento global, é bom lembrar, também está entre nós há bastante tempo. Alguns de seus componentes já completaram mais de um século resistindo a questionamentos, e os céticos do clima já perderam o debate dentro do IPCC, o fórum criado para essa discussão. Como jornalista, continuo aberto a argumentos dos negacionistas, mas hoje é bem difícil eu me convencer a divulgar uma de suas pesquisas. Dizer, da boca para fora, que há um complô internacional de cientistas contra a verdade e chamar os ambientalistas de terroristas é algo que simplesmente não cola mais. O astrônomo Carl Sagan, sabiamente, costumava dizer que “alegações extraordinárias requerem evidências extraordinárias”. Essa é a base do verdadeiro ceticismo.
“o último relatório do IPCC exibe uma certeza estatística de 90%”<=Esse valor não deve ser levado a ferro e a fogo, é mais uma estimativa geral do feelings dos painelistas do que uma medida estatística inferida a partir dos dados.
[]s,
Roberto Takata
Sim, Takata, é uma estatística tirada de uma espécie de meta-análise, não de dados diretos de variação de temperatura e concentração de gases. Mas acho meio inadequado dizer que é o “feeling” dos painelistas. O “feeling” deles é que eles estão 100% corretos, suspeito.
É que tem dois descritores de incertezas adotados no IPCC. Um é por meio de distribuição estatística e é denominado de probabilidade (likelihood) e outra é baseada no “feeling” dos painelistas que foi chamada de confiança (confidence).
Eles usam a expressão “very high confidence” para se referir à expectativa dos cientistas de 9 em 10 e é o caso da influência humana:
“There is very high confidence that the global average net effect of human activities since 1750 has been one of warming, with a radiative forcing of +1.6 [+0.6 to +2.4] W/m2 (Figure 2.4). {WGI 2.3, 6.5, 2.9, SPM”
O very likely vai aparecer para se referir ao aquecimento dos últimos 50 anos:
“Most of the observed increase in global average temperatures since the mid-20
th century is very likely due to the
observed increase in anthropogenic GHG concentrations.8”
http://www.ipcc.ch/pdf/assessment-report/ar4/syr/ar4_syr.pdf
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[]s,
Roberto Takata
É Takata,
Sua explicação foi bastante plausível.
Mas para que o texto de Rafael ficasse mais afincado com a realidade do tema seria interessante que explicasse o quais são as relações indiretas entre os interesses do capital e o discurso apresentado no texto.
Muito obrigado pela oportunidade de me mover do meu estado “verde”, para menos “verde” quando o assunto é clima. Sobretudo porque o objetivo é ficar “maduro” e conseguir me posicionar frente ao tema.
Nós últimos meses tenho acompanhando a avalanche de discussões sobre o clima e o aquecimento global. Como não sou da área e tenho pouca base científica para me posicionar frente o tema, reportagens, posts e artigos como esse contribuem deveras.
Excelente post.
Grande abraço.
Em ciência quando se trata de grandes questões, há invariavelmente subdeterminação na explicação dos fenômenos naturais, constituindo-se em teorias contrárias e que às vezes se valem e se apoiam nos mesmos dados. Exemplos não faltam: duas teorias que explicam a formação do petróleo, extinção dos dinossauros, parcialidade de gêneros e outras mais. Muitas dessas subdeterminações são históricas como no caso a teoria geocêntrica versus heliocêntrica, da natureza da eletricidade, do fluido calórico, do oxigênio, da forma da terra etc., só para citar alguns exemplos. Notemos porém que para dissipar as subdeterminações nas teorias científicas tempos consideráveis se passaram em alguns casos até séculos para definir qual a melhor explicação para o fenômeno. O mesmo está acontecendo agora com os fenômenos climáticos. Muito embora todas as evidências apontem para as atividades antrópicas como fator causal para mudanças do clima, no entanto, falando matematicamente, existe uma margem de erro que apoiam os negacionistas. Embora com um pé atras, até que se prove o contrário, acredito que o fator antrópico tem potencial para colocar o clima em um novo patamar de equilíbrio. Como na história da ciência, o tempo nós dará a resposta. Quem viver verá!
Caros leitores. Sei que alguns de vocês estão tentando postar comentários, mas não estão conseguindo. Estamos tentando resolver o problema. Vou deixar um aviso aqui quando tudo estiver normalizado. Abraços, Rafael
Excelente matéria. Costumo dizer que se existe incerteza, o princípio da precaução nos leva a considerar a pior hipótese ate que se prove o contrario, senao, o tempo dirá (possivelmente) que será tarde demais para se fazer alguma coisa. Emitimos, desde 1750, algo em torno de 350 bilhoes de co2 pelas atividades humanas, será que essa emissão é inócua? Aproveitemos a ocasião para melhorar a eficiencia no uso dos recursos naturais e distribuir de forma mais igualitária os frutos do desenvolvimento, para todas as camadas da sociedade….
Kenny
Caros leitores. Tivemos um problema com nossa ferramenta de anti-spam, que estava barrando também comentários autênticos. Está tudo resolvido. Quem não conseguiu postar comentários antes pode fazê-lo agora. Abraços, Rafael
Excelente ponderação Rafael! Porém, acho que em nome da honestidade é preciso alertar que o IPCC representa um “minimo denominador”, i.é, é uma sintese conservadora sobre o estado do clima. Se Vc for escutar o que falam estudiosos serios, como o James Hansen, verás que a realidade é uma ordem de magnitude (10 vezes) pior do que as piores previsoes feitas pelo IPCC. Aí vale perguntar, porque os ceticos do clima se concentram 100% num lado das incertezas? Porque nao vemos ceticos questionando o “conservadorismo” do IPCC, e alertando a sociedade que é de fato mto grave a crise climatica? A resposta Vc já deu em sua analise: sao conciencias barulhentas e compradas pelas forças economicas retrógradas.
Parabéns Rafael,
Excelente as suas ponderações.
Viva a ciência!!!!!!!!!!!
“Por outro lado, sabemos que muitos céticos do clima são meros porta-vozes da indústria do petróleo, interessada em deter o movimento ambientalista”.
Por favor, liste o nome de pelo menos 10 céticos financiados pelas indústrias petrolíferas. Tudo aquilo que dizemos deve ser fundamentado; do contrário, estaremos sendo levianos.
Daniela,
Eu não disse que os céticos do clima são todos bancados pela indústria do petróleo. Não acusei o prof. Molion de ter essa ligação.
Agora, já que você perguntou, existem aqui nos EUA algumas organizações bancadas pela indústria do petróleo, como o American Enterprise Institute, que vivem oferecendo dinheiro e regalias a pesquisadores que aceitem publicar artigos negando o aquecimento global.
Se você quer nomes, os intelectuais do American Enterprise que andam publicando artigos negacionistas são Kenneth Green, Kevin Hassett e Steven Hayward. Achei um outro artigo assinado por Samuel Thernstrom e Lee Lane. Ninguém famoso, claro, porque essa gente não submete estudos a publicações decentes. Ou outro “think tank” conservador que paga intelectuais para fazer esse serviço sujo é o Competitive Enterprise Institute. As coisas lá são coordenadas por Myron Ebell, Angela Logomasini, Marlo Lewis, Jr. Algumas pessoas tem mais ligações com os governos árabes, como um sujeito chamado Don Pearlman, que ajudou a Exxon a botar pressão no governo Bush, uma história que o Guardian deu.
Não tem ninguém famoso, claro, porque não há grandes cientistas entre os céticos do clima, e na maioria das vezes nem cientistas eles são. Isso nem é grande segredo, porque lobby aqui nos EUA é uma coisa muito aberta. Basta você entrar no sites dessas organizações para saber quem são essas pessoas e o que elas dizem. Não é preciso jornalismo investigativo para descobrir isso.
Fora essas coisas mais conhecidas, há as coisas feitas por debaixo dos panos. Se você der uma busca por aí em inglês vai encontrar reportagens de jornais decentes, como New York Times e Guardian, sobre grana que a ExxonMobil, a BP, a Koch e outras empresas estavam investindo no ceticismo climático. A Royal Society já divulgou um relatório apontando os nomes que a Exxon andou financiando.
A indústria do petróleo sempre botou grana para financiar o ceticismo climático, e não foi pouca.
Em tempo: sou cética e nunca recebi nem um único centavo de indústria nenhuma.
O seu texto não faz sentido. Compara a FARSA do heliocentrismo com outra FARSA, que na verdade deriva da primeira. Só vamos realmente entender o clima da Terra quando A MÍDIA E O GOVERNO PARAREM DE NOS ILUDIR. A TERRA NÃO É REDONDA E NÃO GIRA EM TORNO DO SOL!!!!! SE A TERRA NÃO É UM GLOBO, NÃO PODE EXISTIR AQUECIMENTO GLOBAL!!!! http://uncyclopedia.wikia.com/wiki/Flat_Earth#Flat_Earth_and_Global_Warming
Obrigado, Igor. Eu não tinha pensado ainda nessa interpretação alternativa que meu post poderia ter.
Fred Singer, Fred Seitz, Bill Nierenberg (Mashall Institute), Pat Michaels (pelo menos esse é assumido), Willie Soon, Sallie Baliunas (ICE), Dick Lindzen (Cato e várias consultorias para óleo e gás), Tim Ball (Heartland), John Christy (Marshall Institute), David Legates. Faltou alguém? Hm, Sherwood Idso, Craig Idso, Tim Ball. Ops, passou de dez.
Verdade, eu tinha esquecido do Pat Michaels. Ele anda meio sumido…
hum, provaram competência nas citações… que tal apresentarem provas agora?
Essa matéria da AP, por exemplo, mostra o rolo do Pat Michaels na época que a indústria do carvão estava fazendo uma “vaquinha” para bancá-lo: http://www.boston.com/news/education/higher/articles/2006/07/27/utilities_paying_global_warming_skeptic/
e os outros 9?
em tempo: só um jornalista ofereceria como prova científica para uma cientista uma matéria jornalística…
O que é uma prova nesse caso? Algum paper científico? O próprio Pat Michaels reconheceu que estava recebendo aquele dinheiro, e depois tentou convencer a todos de que, apesar do financiamento do carvão, suas opiniões eram independentes. Esse lobby aqui nos EUA é ABERTO, Daniela. Vá ao site do AEI, do CEI. Os nomes dos supostos especialistas em clima deles estão lá. E as empresas que doam para eles precisam declara o dinheiro, então também não é segredo. A Exxon deu um bocado de grana para o AEI, além de usar dinheiro para fazer suas próprias campanhas difamatórias. Estou falando aqui só das coisas que eles fizeram abertamente, sem entrar no mérito dos jornalistas que descobriram financiamento secreto.
Agora, repito, eu NÃO estou acusando o prof. Molion de agir sob financiamento de interesses corporativos. Leia atentamente o que eu escrevi no post. Eu reconheço que há pessoas intelectuamente honestas que adotaram essa bandeira. Os céticos climáticos que estão postando aqui é que parecem estar preocupados com isso, mas não é o assunto central do meu post.
Prezado Jornalista Rafael Garcia
Assim como vc, não sou especialista da área do clima. Porém, da mesma forma que vc, tenho algumas posições sobre o assunto.
Estas posições não são imutáveis. Não se constituem em dogmas, mas sim em objeto de constante aprimoramento. Tenho comentado o assunto aqui na FSP, em matérias relativas ao assunto. São discussões improdutivas, a modelo do que ocorre nos blogs no exterior. Embates de idéias e posições limitadas a 500 caracteres, que pouco ou nada acrescentam, mas nem por isto inúteis.
O que me faz perder tempo para redigir este longo comentário, entretanto, é o fato de que considero que suas posições merecem um contraponto. Tenho acompanhado o assunto nos blogs especializados no exterior, em bases diárias, desde 2007.
Diga-se de passagem, que eu era uma pessoa que acreditava no AGA naquela época. A avalanche de eventos que ocorreram na época (entre os quais, o filme do Al Gore) fizeram que eu mudasse de opinião. Não senti, naquela época, que havia visão neutra sobre o assunto, não senti que tudo era em nome da ciência, para “salvar o planeta”. (Esclareça-se que não sou a favor de poluição ou do desmatamento e nem acredito na exploração infinita dos recursos naturais).
A grande quantidade de cientistas renomados que redigiram o relatório de 2007, e que tornaram-se dissidentes do IPCC, denunciando a manipulação política do relatório, me deram o alento de que eu estava certo. Isto está em muitos lugares na Internet. O original está aqui (http://epw.senate.gov/public/index.cfm?FuseAction=Minority.Blogs&ContentRecord_id=2158072e-802a-23ad-45f0-274616db87e6), mas pode ser encontrado aqui, em português: http://resistir.info/climatologia/mentira_aquec_global.html
Seria mesmo apenas uma minoria ? Seriam todos estes cientistas pessoas “compradas” pela indústria do petróleo ? A propósito, afirmar isto não é apenas fomentar uma teoria da conspiração, também ? Ou teorias da conspiração só valem para um lado ? Acho que temos que combinar, que ciência não é feita por argumentos de autoridade, ataques ad hominem ou pela popularidade de quem emite uma opinião. Tão pouco consenso é uma condição para a ciência. Na década de 1970 havia um consenso de que estávamos entrando em uma nova era glacial. Alguns defensores do aquecimento global não reconhecem isto. Mas não era só na capa da Times da época que este consenso estava retratado. Está também neste relatório da CIA de 1974 (http://www.climatemonitor.it/wp-content/uploads/2009/12/1974.pdf)
Também é fácil repetir o chavão que cientistas céticos são financiados pela indústria de petróleo. Eu prefiro acreditar no que eles próprios dizem ( http://www.populartechnology.net/2011/05/are-skeptical-scientists-funded-by.html). Oficialmente sabe-se que a Exxon Mobil contribuiu com cerca de US$ 23 milhões de dólares para algumas pesquisas há mais de uma década atrás. Em compensação, cerca de US$ 100 bilhões de dólares tem sido gastos em pesquisas para provar o aquecimento global. Não há comparação entre as duas quantias. Muitas pesquisas, como esta, p.ex http://joannenova.com.au/2012/06/300000-dollars-and-three-years-to-produce-a-paper-that-lasted-three-weeks-gergis/, que teve sua publicação abortada, mesmo após a revisão, por extrapolações estatísticas grosseiras. US$ 300 mil do pagador de impostos “queimados”. Ou para produzir toda a espécie de lixo, como está em http://www.numberwatch.co.uk/warmlist.htm . Acho uma hipocrisia o fato de que o dinheiro dos donos da Standard Oil seja limpo apenas quando serve para financiar o Greenpeace. Afinal, os Rockfelers são um dos principais doadores daquela organização.
Dada esta introdução, gostaria de mostrar para vc, outros exemplos da “lógica circular” a que vc se refere no seu post.
O primeiro é que, sabemos, o IPCC não faz pesquisas. É um colegiado que compila artigos produzidos por cientistas de diversas instituições do mundo. As agencias de fomento dos diversos países ocidentais abrem editais para projetos no assunto, com a linha única voltada aos impactos ou conseqüências do AGA. Aquele cientista que não acredita que o AG seja antropogênico, não se enquadra nos editais e, portanto, ou não submete projetos, ou não tem seus projetos aprovados. Mas voltemos à lógica circular. Muitos cientistas que tem seus projetos aprovados e conduzem as pesquisas dentro dos pressupostos dos editais, são chamados ocasionalmente para atuar no IPCC. Lá, eles citam as SUAS pesquisas. Após isto, eles voltam para suas instituições e CITAM o IPCC para se candidatarem a novos projetos. Esta é a primeira lógica circular, no mínimo, questionável.
A segunda, é que os cientistas céticos são freqüentemente acusados de não ter trabalhos publicados no assunto. Vc que está nos EUA sabe que isto não é verdade, e que vários cientistas daí, assim como da Europa, apesar de tudo, tem publicado nos periódicos especializados. Mas, voltando. Sem verbas para conduzir projetos, o cientista não tem o que publicar. Sem publicar, ele é acusado de ser irrelevante. Então temos aqui outra lógica circular, perversa.
Mas tem uma terceira lógica circular, mais perversa ainda: As soluções para combater o problema, podem na verdade provocar mais degradação ambiental (geoengenharia, biologia sintética, nanotecnologia, e algumas formas de energias renováveis), e aí culpar-se-á quem ? O aquecimento global…
Apesar de todo o aparente trabalho criterioso do IPCC, temos que admitir que este último (2007) foi o pior relatório já publicado, em razão não somente da aparente ingerência política, mas pela qualidade. Esta qualidade está esmiuçada no livro de uma colega sua, chamada Donna Laframboise. O livro, The Delinquent Teenager, fez descobertas no mínimo questionáveis sobre o relatório do IPCC. O livro está com quase 5 estrelas na Amazon, o que prova que está agradando seus leitores.
Um outro livro, dedicado a denunciar o gráfico já desacreditado por ambos os lados, mas que ilustra seu post é o The Hockey Stick Ilusion, de A. W. Montford (também muito bem avaliado na Amazon). Este gráfico, colocado como um ícone do IPCC, é o caso mais emblemático do assunto, conhecido na literatura como [MHB 98]. Ele é um dos calços em toda a teoria do CAGW. Caindo ele, tudo cairá por terra em efeito cascata.
Para elaborá-lo, o autor recorreu a “tricks” (conhecida como “Mike Nature Trick” e que só tomamos conhecimento pelo Climategate I), onde ele, ao constatar que seus proxies de caule de árvores não mostravam aquecimento após 1960, emendou nele medidas instrumentais. Além disso, ele sumiu com o Período quente Medieval (MWP), um fenômeno que aparecia no gráfico das paleo temps do relatório do IPCC de 1990, quando o IPCC ainda era crível, e que está sendo comprovado em todo o mundo por cientistas independentes. O autor do Hockey Stick, Dr Michael Mann argumentava que o MWP tinha sido restrito ao hemisfério norte. Ultimamente ele foi descoberto na América do Sul (Uruguai) e até na Antártica, restando poucas dúvidas que ele existiu e teve temperaturas tão ou mais quentes quanto agora.
Todo este imbróglio ainda não terminou e no momento Dr Mann enfrenta vários processos baseados no Freedon of Information Act (FOIA) para que libere suas amostras. Alguns ele já perdeu, e uma pequena notícia sobre isto está aqui (http://www.nationalreview.com/planet-gore/14827/mann-made-warming-confirmed/chris-horner). Mas pode ser encontrada de modo mais aprofundado em vários lugares, especialmente no site do do Anthony Watts, (http://wattsupwiththat.com). Aliás, sejamos sinceros, olhando as páginas de referências deste mesmo site (http://wattsupwiththat.com/reference-pages) não existe nada, absolutamente, que diga que o clima está diferente do que sempre foi.
A “novela” pode ser acompanhada no site do Steven McIntyre (http://climateaudit.org/) Um estatístico bom “paca”, e que resolveu tirar isto a limpo. Ele tenha usou árvores de apenas uma região (Yamal, Sibéria) para fazer sua pesquisa e há indícios de que selecionou algumas amostras para ajustar com sua hipótese. Por outro lado, se olharmos esta vasta coleção de gráficos (com fontes para os artigos peer-reviewed), vemos que o “sacrilégio” do Dr Michel Mann foi reescrever a história climática recente da terra (http://www.c3headlines.com/temperature-charts-historical-proxies.html), contrariando trabalhos de muita gente séria. O tempo dirá.
Sobre conceder espaços para os céticos na grande mídia, não acredito que eles estejam batendo nas portas das TVs, jornais, rádios e revistas para serem ouvidos. Dizer que eles estão assediando os jornalistas para falar não me parece algo crível. Mas, mais importante do que conceder espaços, é não colocar palavras na boca do entrevistado, ou usar de chamadas que não condizem com o teor da reportagem. Estas táticas todos já conhecem.
E, sobre o aquecimento do planeta, as medidas nos EUA continental não mostram nenhum aquecimento. As medidas de balões, não mostram nenhum aquecimento significativo. De fato, nos últimos 15 anos elas estão planas, e até mostrando algum declínio. Sim, é pouco tempo, mas enquanto isto o CO2 subiu de modo sem precedentes. E, se as evidências da elevação da temperatura são tão contundentes, por que James Hansen tem ajustado continuamente os dados de temperatura mundiais (GISS), esfriando o passado e esquentando o presente ? Por outro lado, como determinar a temperatura mundial em 1870, com 3 casas decimais, com apenas 2 estações climatológicas em todo o hemisfério sul ? E sobre a retirada das estações climatológicas da Sibéria na década de 1990 ? O impacto nas temperaturas mundias foi só uma coincidência ?
Quando olhamos a “the big picture” (aqui: http://www.warwickhughes.com/blog/?p=1508), constatamos que a temperatura “normal” do planeta é 8 graus mais quente do que agora, e que há 50 milhões de anos estamos perdendo calor.
Por outro lado, uso do termo “negacionista” é uma impostura, só usada por quem quer encerrar o assunto, ou por quem quer fugir ao debate. Pode ser considera uma falácia, já que não existe relação entre o holocausto e o aquecimento global. É uma tentativa tosca de bullyng. Da mesma forma que acusar os cientistas que pensam diferente (uma posição cientificamente legitima, aliás) de estarem à soldo da indústria do petróleo. Não existe comprovação. Caso houvesse, estaria estampada nas primeiras páginas de todos os blogs encarregados de praticar o “smear” contra visões dissidentes.
O fato é que temos que ficar atentos, para que não manipulações grotescas de dados, como esta (http://stevengoddard.wordpress.com/2012/06/30/2012-the-year-of-the-sea-level-scam/) e como esta (http://stevengoddard.files.wordpress.com/2010/10/1998changesannotated.gif?w=500&h=355).
A entrevista de Don Easterbrok, um respeitado cientista americano, concedida para O Globo no último dia 27 foi muito feliz (http://oglobo.globo.com/ciencia/cientista-americano-contesta-aquecimento-provocado-pelo-co2-5336081). Segundo ele, “todas as emissões de CO2 da Humanidade desde o início da Revolução Industrial mudaram em apenas 0,008% a composição da atmosfera”. Olha-se as grandezas das emissões humanas, sem olhar o “100” da equação. Sem olhar o todo. E, quando finalmente colocamos estas coisas em perspectiva, só sobra o princípio da precaução, ou o ativismo irracional, e por vezes até irresponsável, que foi seqüestrado e incluído na agenda anti-CO2.
Por acompanhar o tema, sei que existem explicações “lógicas” e “debunks” de tudo o que escrevi. O problema é que as fontes também não representam a verdade, e em geral estão comprometidas e possuem pouca credibilidade. Mas é difícil explicar “casualidades” como estas duas figuras (http://stevengoddard.wordpress.com/2012/06/24/joe-bastardi-challenges-jeff-masters-claims-about-sunspots/), ou apagar o passado (http://stevengoddard.wordpress.com/below350-org/).
Então, quando alguém vem à público dizer que “os pólos estão derretendo” Que o “a elevação do nível dos mares está acelerando”, que “os eventos extremos estão mais freqüentes”, que “as geleiras estão derretendo” etc etc etc, basta saber onde procurar para saber que tudo é ou inverdade, ou exagero. Talvez por isto, os céticos (não os cientistas, mas o cidadão comum) tem sido apontados em pesquisas como pessoas com mais habilidade matemática e mais alfabetizado em ciências (http:// http://www.nature.com/nclimate/journal/vaop/ncurrent/pdf/nclimate1547.pdf.
Antes de clicar em “publicar comentário”, quero dizer que tenho dúvidas se ele será ou não publicado. Gostaria que sim. Mas já aviso: apenas postei o comentário como um contraponto ao Rafael. Não espero – e nem quero – debates ou embates os quais, já sei de antemão, são totalmente improdutivos e cansativos. Também não atirem nos mensageiros antes de examinar as mensagens. Peço que me poupem também da tal afirmação que 97% cientistas concordam que o aquecimento global existe e é antropogênico. Isto está devidamente esclarecido aqui (http://socioecohistory.wordpress.com/2011/01/05/97-cooked-stats-%E2%80%98scientific-consensus%E2%80%99-about-global-warming-turns-out-to-have-a-lot-more-to-do-with-manipulating-the-numbers/) e trata-se de mais um, digamos, “mal-entendido” que a mídia e os interessados se encarregaram de “papagair” antes de checarem os fatos.
Para concluir, creio que a maioria dos cientistas, céticos ou não, concordam que houve uma pequena elevação da temperatura nos últimos 150 anos. Creio que grande parte destes acredita que haja uma pequeníssima influência humana. O que eles não acreditam é na catástrofe sempre eminente. (http://www.forbes.com/sites/warrenmeyer/2012/02/09/understanding-the-global-warming-debate/). Desta, apenas oportunistas tiram proveitos. Como várias vezes no passado.
Não sou ingênuo pensando que isto vá mudar alguma posição. Elas já foram tomadas, daí a irracionalidade das discussões. Difícil é negar que o assunto virou uma grande indústria que está girando bilhões de bilhões de dólares, com os grandes players de sempre, aqui (http://joannenova.com.au/2011/10/map-the-climate-change-scare-machine-the-perpetual-self-feeding-cycle-of-alarm/).
Sds
Viktor
Prezado Viktor:
Para quem não é especialista na área, você deu um absoluto show de argumentação. Quem dera 10% dos não especialistas que ainda falam sobre o aquecimento global com uma autoridade semelhante a de cientistas (como fazem muitos jornalistas por aí) soubessem e compreendessem 10% do que você falou. Saudações cordiais.
Oi Daniela. Obrigado. Vc me inspira. Anos atrás quando li parte da sua dissertação de mestrado, passei a ser seu admirador. Quem sabe uma taínha no Dante uma hora dessas. 😉
Sds
Viktor
Demorou, vamos nessa!!! Pega o meu doutorado que está mais atualizado e mais irônico: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8135/tde-01062011-104754/pt-br.php
Saudações,
Daniela
Daniela, tudo bem. Pode usar o meu blog para divulgar sua tese. Não tem problema. Mas vou aproveitar a oportunidade para dar uma sugestão de leitura: o relatório do National Research Council sobre o trabalho do Michael Mann e de outros cinco grupos de pesquisa independentes, que colheram dados e confirmaram as conclusões dele.
Surface Temperature Reconstructions for the Last 2,000 Years
http://www.nap.edu/catalog.php?record_id=11676
Isso foi aquilo que bateu o último prego nos argumentos técnicos usados pelo ceticismo climático para atacar o “taco de hóquei”. Depois disso, pouco restou aos céticos além da ironia e das acusações vagas sobre uma conspiração ambientalista global.
Se sua tese tenta provar que o aquecimento antropogênico não existe, esse documento deveria ser uma das referências centrais no seu trabalho, dada a influência que ele teve.
Não estou tentando argumentar aqui usando “autoridade” de cientista, conforme foi sugerido. Estou tentando elencar os argumentos pelos quais eu acredito na solidez dessas pesquisas. Note que eu fui explícito no blog ao dizer que estou escrevendo da perspectiva do jornalismo. Note que eu não a acusei de desonestidade intelectual aqui e fiz questão de liberar todos os seus comentários.
Para quem busca saber o que a “autoridade” científica tem a dizer, de qualquer forma, recomendo o relatório do NRC, que se deu ao trabalho de ouvir todas as críticas sérias feitas ao trabalho do Michael Mann.
Só faltou citar um artigo sobre a histeria do resfriamento global dos anos 1970: RASOOL, S. Ichtiaque; SCHNEIDER, Stephen H. Atmospheric carbon dioxide and aerosols: effects of large increases on global climate. In: Science 173, 9/jul/1971, p. 138-141.
Para quem acha que a paranoia do resfriamento global foi apenas da mídia, sem nenhum fundamento científico, este artigo é bastante esclarecedor. Não por coincidência, foi escrito por Stephen Schneider, o mesmo que passou o resto da vida tentando convencer o mundo dos perigos do aquecimento global… Modas científicas vão e vem, mas os atores permanecem.
Daniela,
De fato, é verdade que o Schneider reconheceu que seu artigo tinha conclusões erradas. De fato, o planeta não corre o risco de sofrer um resfriamento desenfreado. Agora, no fim da história esses argumentos são favoráveis às evidências do aquecimento global, não contra.
Caro Viktor,
Obrigado pela participação no debate e pelo cuidado de referenciar sua argumentação com links.
Basicamente, concordo que hoje existe um paradigma que barra o acesso dos céticos do clima aos meios convencionais de publicação acadêmica. Meu ponto é que esse paradigma –o aquecimento antropogênic– não se estabeleceu sem razão. Ele se estabeleceu em função da qualidade das pesquisas dos climatólogos, de um lado, e do fracasso das teorias alternativas em prover explicações e previsões. Por isso fiz a comparação com o modelo heliocêntrico. Os céticos do clima preferem apagar essa história e tentam convencer a todos de que o IPCC é um complô ambientalista.
Sei que o sr. não quer num debate longo, por isso não vou me dar ao trabalho de rebater todos os pontos que você apresentou. Vou me ater a apenas um: o trabalho do Michael Mann.
Fiquei com a impressão de que o sr. foi muito seletivo ao selecionar seus links, senão provavelmtente já saberia que o Hockey Stick não tem nada de fraude. Na verdade é um gráfico que se fortalece a medida que outros cientistas tentam verificar as coclusões de forma independente, usando dados independentes. O que aconteceu durante o episódio do climagate é que os ladrões de e-mail citaram fora de contexto uma declaração do Michael Mann, que, numa conversa informal com um colega, disse que estava tentando “esconder o declínio”. Os céticos usaram isso para tentar convencer a mídia de que Mann estava tentando omitir um declínio nas temperaturas verificadas. O diálogo, na verdade, era sobre como corrigir o declínio natural do crescimento de anéis de árvores para conseguir projetar a temperatura no gráfico. O comitê que investigou problemas com o IPCC verificou isso e constatou a mesma coisa, só que os céticos do clima preferiram não ouvir e continuaram repetindo que o “hockey stick” era uma fraude. Isso, para mim, é um exemplo clássico da estratégia Goebbels de propaganda, na qual se repete uma mentira tantas vezes, até as pessoas começarem a achar que ela é verdade.
A coisa mais lamentável sobre a tatíca Goebbels usada contra o Michael Mann é que ela funcionou. Tanto funcionou que até algumas pessoas instruídas e inteligentes, como você, passaram a acreditar nisso.
O único estudo publicado que contesta os dados do “hockey stick” é o infame Soon & Baliunas, que tinha tantos erros que acabou resultando na renúncia dos editores do journal que o acolheu. Uma reportagem do Guardian, mais tarde, mostrou ligação dos autores com financiamento do Marshal Institute.
O “hockey stick” é, portanto, um dos sinais mais claros da solidez do trabalho do Mann, porque essa pesquisa sofreu ataques de todos e até hoje não se descobriu nenhum problema.
Prezado Rafael,
Agradeço a publicação do meu comentário. De fato, como falei, não sou da área. Daí não saber detalhes técnicos exatos do trabalho do Dr Mann. Também disse que existe debunks e explicações lógicas para tudo que comentei. Vc sabe que Goebbels joga para os dos lados. A bem da verdade, onde existe lados opostos, existe Goebbels, que vamos admitir, também não é original. Também disse que a novela não terminou ainda. E que o tempo dirá se este estudo é de fato algo robusto, ou foi apenas uma farsa usada pelas forças políticas do momento para avançar uma agenda. Steve McIntyre dirá (http://climateaudit.org/multiproxy-pdfs/).
Não concordo com vc sobre como o paradigma do AGA se estabeleceu. As civilizações antigas costumavam sacrificar pessoas para aplacar a fúria dos seus deuses em não enviar chuvas ou não pará-las. “Modernamente” queimavam-se “bruxas” para tentar ter melhores colheitas. Nem tão longe assim, Thomas Jefferson (200 anos atrás) já acreditava no aquecimento global (http://www.smithsonianmag.com/history-archaeology/Americas-First-Great-Global-Warming-Debate.html).
Tudo isto que se estabeleceu após 1988 (desde que James Hansen foi ouvido no Senado dos EUA sobre a questão) é uma versão moderna daqueles sacrifícios. Só que desta vez os interesses capitalistas oportunistas tomaram o controle (http://joannenova.com.au/2011/10/map-the-climate-change-scare-machine-the-perpetual-self-feeding-cycle-of-alarm/). Estes interesses já estavam em gestação desde inícios dos anos 1970 (http://wattsupwiththat.com/2011/04/22/failed-mirth-earth-day-predictions/).
Este paradigma â que vc se refere se estabeleceu por que esta é a ciência mainstream. É esta a ciência que interessa para um novo capitalismo que tenta substituir o velho. Um novo capitalismo baseado em uma “economia verde” e que vê na histeria do AGA sua nova fronteira. Uma forma de recriação, de reinvenção do consumo.
E foi simples estabelecer o novo paradigma. No dia da audiência pública de James Hansen em 1988 fazia muito calor em Washington (a data do testemunho dele foi calculada para que coincidisse com um dia muito quente). O então senador Al Gore era o homem por trás da audiência, de quem James Hansen era assessor. O ar-condicionado do congresso não estava funcionando e, durante a noite, abriram as janelas para que o calor da rua entrasse. Os senadores, então, se convenceram do “terrível” aquecimento global e foi assim que esta histeria emplacou. As ações e acontecimentos seguintes se resumiriam em validar o paradigma a que vc se refere, até os dias de hoje. Bela tacada (http://www.nationalreview.com/planet-gore/17534/stagecraft/chris-horner) .
A esquerda engajada, infelizmente, não percebeu (pelo menos ainda) que tiveram suas mentes sequestradas por esta agenda. Alguns mais espertos até já perceberam, na verdade. Tanto que a tal “economia verde” já encontrou algumas reações e protestos na Rio+20. Quando aviões cruzarem os céus do mundo pulverizando sulfatos, navios cruzarem os mares liberando óxido de ferro, nanorobots forem liberados na atmosfera para sequestrar terrível CO2, e o germoplasma de plantas-alimento convencionais forem extintas em função de plantas sintéticas (transgênicas), tudo para “combater as mudanças climáticas”, eles vão acordar. Mas aí será tarde (http://www.ibase.br/pt/2012/01/o-discurso-para-a-rio20-vende-a-ideia-de-que-a-solucao-de-todos-os-problemas-esta-na-tecnologia-e-nao-esta/). Então, uma espécie de “Halliburton do Clima” já terá destruído o mundo, para salvá-lo…
Willian Engdahl, um canadense com cojones, fez um pequeno texto cerca de 5 anos atrás e graças ao seu conhecimento conseguiu resumir o que é (e sempre foi ?) a política mundial (http://globalresearch.ca/index.php?context=va&aid=8583). Nada mais claro. Resta saber quem faz parte do Plano A e quem está no Plano B. Eu não quero estar em nenhum. Esta agenda não é minha. E nem sua, very likely.
Sds
Viktor
novo show de argumentação 🙂
Oi Rafael,
Este é um dos muitos e muitos trabalhos que tem refutado a reconstrução política das temperaturas do Dr Mann:
Orbital forcing of tree-ring data
Jan Esper, David C. Frank, Mauri Timonen, Eduardo Zorita, Rob J. S. Wilson, Jürg Luterbacher, Steffen Holzkämper, Nils Fischer, Sebastian Wagner, Daniel Nievergelt, Anne Verstege & Ulf Büntgen
Nature Climate Change (2012) doi:10.1038/nclimate1589
Received 27 March 2012 Accepted 15 May 2012 Published online 08 July 2012
Sds
Viktor
Viktor,
Esse estudo não é uma refutação dos dados do Michael Mann. Procure alguma declaração dos autores dizendo isso. Você não vai achar, nem no estudo nem em entrevistas que eles deram. O Michael Mann, aliás, já tinha comentado esse estudo no blog dele e se mostrado feliz com o resultado, antes de os céticos começarem a deturpar o resultado.
As oscilações orbitais existem, mas esse estudo mostra justamente que elas não têm força suficiente para invalidar os dados que ele havia projetado a partir dos anéis de crescimento de árvores. Veja o que ele próprio fala:
http://www.realclimate.org/index.php/archives/2012/07/tree-rings-and-climate-some-recent-developments/
Rafael,
Apenas compare os 2 gráficos. Neste estudo o MWP é mostrado até mais quente do que o período atual. E as temperaturas atuais não mostram nenhum “hockey stick”. Não existe nada “sem-precedentes”. Confirma o gráfico de temps do primeiro relatório do IPCC.
O que diz o RealClimate ou o Wattsupwiththat é irrelevante neste caso. Basta olhar e comparar um gráfico com outro. Parece-me uma estimativa mais “realista” já que mostra, inclusive, que em meados do século passado (1940´s) a temperaturas foram mais quentes do que agora, o que os registros oficiais originais confirmam. Por que os conjuntos de dados (GISS e HADCRUT) tentam esconder isto através de ajustes nas temperaturas passadas ?
Por mais que a RealClimate tente suavizar dizendo que “graças os avanços recentes, blá, blá” ou é um gráfico ou outro. Os dois são contraditórios. Onde está o calor sem precendentes nesta reconstrução ? não existe.
Sds
Viktor
Viktor,
Para alguém que se declara leigo na área, você parece se sentir bastante confiante em arbitrar a discussão técnica entre o Mann e o Esper.
Mas, OK. Você me convenceu. Vou dar uma olhada nesse paper com mais cuidado para escrever mais tarde sobre isso. Essa briga parece estar mesmo pegando fogo, de qualquer forma. Como não sou dendroclimatólogo, porém, preciso ir atrás de mais informação.
Abçs
Rafael
Excelente post. Infelizmente atualmente a sociedade deixa se convencer facilmente por quem faz mais barulho e por “teorias da conspiração”. A idéia de não sermos responsáveis pelo aquecimento global é sedutora e as pessoas acabam acreditam no que querem acreditar, no que é mais fácil, no que as exime de culpa. É sempre bom encontrar alguém que consiga construir uma argumentação centrada, não ofensiva, para contribuir no trabalho constante de esclarecimento.
Comparar a discussão de clima com a ideia de geocentrismo é uma apelação barata. Tão barata quanto comparar a discussão com o “criacionismo”, o que se faz com frequência. O texto está muito bom, mas comete o pecado vulgar de santificar o mainstream da ciência. “A negação do aquecimento simplesmente não se sustenta diante das observações”? Mentira. Os jornalistas já analisaram séries temporais de alguma estação meteorológica para checar isso? Acho que não. Outra dúvida: se o relatórios do IPCC são supostamente “científicos”, por que diabos eles precisam de um aval político antes da publicação? Climatologia é uma ciência ainda em consolidação, e o sistema Terra-atmosfera é um bicho de sete cabeças que ainda não entendemos tão bem quanto acham os arrogantes de plantão.
Caro Jurgen,
Nunca analisei séries temporais de uma estação meteorológica, mas já li vários papers que se deram o trabalho de fazer isso. Se eu tivesse apenas analisado séries temporais, aliás, eu não seria capaz de ver o aquecimento global, porque para isso é preciso também dados de paleoclima. O criacionismo é comparado com frequencia ao negacionismo do clima porque as táticas são parecidas.
O IPCC não requer aval político para emitir nada. O que os cientistas buscam é um mínimo de consenso sobre as questões abordadas. O IPCC aliás, está tão distante de ser um órgão político que suas recomendações aos chefes de estado que negociam o acordo do clima não estão sendo seguidas. Como se explica o fato de, nos anos Bush, os principais trabalhos a terem sido citados pelos relatórios do IPCC terem sido de cientistas americanos? Se os governos tivessem esse poder de ingerência sobre as conclusões do IPCC, pode ter certeza que o resultado do quarto relatório teria sido bem diferente.
O negacionismo climático tem, sim, muitas semelhanças (e algumas diferenças) com o criacionismo e o design inteligente. Veja que curioso: http://www.newscientist.com/article/mg21328480.300-education-campaigner-wants-to-expel-climate-denial.html
Prezado Viktor Ghering,
assim como você eu acompanho sites, blogs e a midia independente de fora do Brasil, hoje em dia nem se fala mais em AGA nos países de 1o mundo, pois lá já é sabido que o IPCC é político, e não científico.
JORNALISTA Científico, como o próprio nome já diz, é JORNALISTA, e como tal não é formado em nenhuma ciência que possa levá-lo ao verdadeiro entendimento dos fatos. O fato é que hoje cada vez mais Climatologistas, Geólogos, etc tem percebido a verdade simples e óbvia:
A) O planeta tem vários ciclos de aquecimento/arrefecimento, em frequencias distintas. São ciclos de 30 anos, 150 anos, 1000 anos e 100,000 anos (eras glaciais). Portanto esse gráfico do aquecimento sempre apresentado pelos climatologistas (este que está na matéria) não mostra todo o panorama, além do que 0,7oC é IRRISÓRIO, frente a variação de 15oC que existe nos ciclos intraglaciais (o último faz 5000 a 8000 anos).
B) Diversos dados estatísticos são fácilmente manipuláveis para resultar na interpretação que lhe melhor convir.
C) Se a idústria do petróleo, que é geralmente o bóde expiatório dos ‘aquecimentistas’, deveria estar preocupada, é com as usinas nucleares, essa sim uma alternativa REALISTA para a base energética do carbono, pois as energias ‘verdes’, eólica, solar, etc são caríssimas, inviáveis e só existem devido a subsídios enormes dos governos (leia-se, do povo). Se tem indústria interessada em promover algo, é justamente a indústria beneficiada por enormes verbas governamentais pró AGA.
D) O CO2 é FUNDAMENTAL para a vida na terra, benéfico, não é tóxico e o alegado efeito ‘estufa’ não representa mais do que 0,01% do calor retido no planeta, é ÍNFIMO perante por exemplo as alternancias dos ciclos solares, que realmente fazem diferença na energia entregue ao planeta.
Tem um site que compila muitas informações sobre o uso político da AGA:
http://ecologia-clima-aquecimento.blogspot.com.br/
Mas para quem quiser continuar acreditando no julgamento político do IPCC e no que a mídia de massa (não só a brasileira, mas principalmente ela) publica, BOA SORTE.
Caro Dirk,
Talvez você tenha razão em receber minha argumentação com incredulidade por eu ser jornalista. Para uma opinião sobre o consenso científico vá para http://www.ipcc.ch
Curiosamente, apesar de os céticos argumentarem que o IPCC não é um painel científico, há mais de 2.500 cientistas trabalhando lá. Curiosamente, todos os brasileiros com quem já falei e são membros de núcleos importantes do IPCC são cientistas. A maioria climatólogos e geocientistas, alguns deles economistas. Questionar as credenciais do IPCC é o jeito mais fácil para os céticos do clima de perder um debate.
Usem um inportante órgão que vocês dispõem, chamado CÉREBRO, ele é muito útil.
Colocando ele em funcionamento, não é díficil perceber a TOTAL E COMPLETA associação de ONG´s, ‘aquecimentistas’, políticos verdes e etc com um discurso padrão:
CONTROLE -> REDUÇÃO CO2 -> REDUÇÃO CONSUMO -> CONTROLE POPULACIONAL -> ???
Não é preciso ser um ‘gênio’ para saber o que é ???, mas eu ajudo os mais ‘lentinhos’.
??? = SOCIALISMO
ok, descobrimos do que são feitos de verdade os ‘verdinhos’.
eles são é MELANCIAS -> verdinhos e bonitinhos por fora, mas vermelhinhos por dentro
não se deixem enganar, a menos é claro, se você é mais um vermelhinho, daí vale tudo, até comparar “aquecimento global e o modelo heliocêntrico”, que nem esse JORNALISTA MELANCIA.
Caro Lindeke, eu não ia aprovar seu comentário ofensivo, mas resolvi abri-lo já que a ofensa parece ser direcionada apenas a mim, e não aos leitores do blog. Se você acha que o aquecimento global e o ambientalismo são conspirações socialistas, pergunte ao Chávez o que ele acha da mudança climática. Vá à China ver quanto o Partido Comunista está preocupado com o ambiente.
Me pareceu leviano o trecho: “O fracasso dos céticos do clima em publicar estudos revisados em periódicos científicos, porém, é inegável. Existe uma razão para isso: a negação do aquecimento simplesmente não se sustenta diante das observações, e os pareceristas das revistas barram estudos nos quais as contas não fecham.”, quando comparado a realidade exposta pelo especialista Luiz Carlos Molion, na entrevista:
“P:Os cientistas “céticos” reclamam de dificuldades para obter recursos para pesquisas. O senhor já viveu isso?
R:Eu tenho hoje cerca de R$ 3,2 milhões em projetos de pesquisa sobre eventos extremos, monitoramento de vazão de rio e desenvolvimento regional. Mas não posso usar a palavra “aquecimento global”, senão o projeto não é aprovado. Na área de aquecimento global, eu nem me arrisco a tentar publicar os meus trabalhos. Os artigos têm de ser “revestidos” por outras temáticas.
P:Mas, se o senhor submeter um artigo científico questionando o aquecimento global pelo homem, ele será negado?
R:Sim. A maioria dos pareceristas é a favor do aquecimento global. Então, será negado. Revistas como a “Science” só publicam artigos sobre a ação do homem no clima. Mas se um trabalho em outra área, como o monitoramento de eventos extremos, cair nas mãos de um “aquecimentista”, será aprovado.”
Caro Pedro Henrique,
O prof. Molion é uma pessoa honesta em sua crença contrária ao aquecimento global, mas seus argumentos não tem agregado força para persuadir outros colegas dele na área. Note que ele não tem colaborado com nenhum dos autores mais citados do país na área de clima.
Na verdade, ele foi até modesto na afirmação de que não consegue publicar trabalhos técnicos sobre o aquecimento global. Ele teve artigos sobre o tema aceitos num periódico chamado “Revista Brasileira de Climatologia”, onde ele mesmo é parecerista.
A verba que ele recebe, e isso ele próprio reconhece, é vastamente voltada para estudos de meteorologia regional. Isso se reflete na produção científica dele, onde a maioria dos artigos sobre clima global são textos de opinião. Na Universidade Federal de Alagoas, eu creio que ele não teria poder de fogo para organizar um estudo independente e produzir dados de paleoclima para tentar confirmar ou refutar o gráfico do “taco de hóquei”, por exemplo. Outros que tentaram fazer esse tipo de coisa fracassaram.
Está aqui o link para o currículo do prof. Molion. Em vez de eu ficar falando dele, cada um pode ver como ele próprio se apresenta:
http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4781589E7
Uma coisa curiosa é que o projeto de pesquisa mais recente dele é em energia renovável, levando energia solar a comunidades pobres da região. Imaginei que alguém descrente no aquecimento global fosse preferir um projeto usando combustíveis fósseis. Pelo visto eu estava errado.
Caro Rafael, respeito tua posicao. Mas acha msmo q a ciencia pode ser neutra? E sim o ipcc passa por analose de governos antes de ser publicado. Alias, o argumento numerico de “2 mil e poucos coentistas” ja eh passado. Da uma olhada nas peticoes (so nos eua) q reun esses sujeitos q vc chama de negacionistas. Maioria phd. Na ordem das dezenas de milhares. Sugestao: troque uma ideia com richard lindzen, do MIT.
Jurgen, eu não acho que a ciência seja neutra. Só acho que questionar as credenciais técnicas do IPCC uma coisa errada, porque eles estão qualificados para o trabalho que eles fazem.
Caro Rafael,
Certo. Ciência não é neutra. IPCC não é neutro (todos sabemos disso). Por que, então, resultados científicos do IPCC seriam neutros? A história não nos ensinou o bastante acerca da construção das verdades mutáveis? Lembra que “acreditar” em um elemento fundamental do universo, o éter, era uma verdade “científica” até há pouco tempo? É provável que o IPCC esteja certo — mas apenas provável. E tem baita diferença entre uma possibilidade e um dogma. Não acha que AGA tem se tornado mais dogma do que conhecimento veerificável? Oppps, ou melhor, “verificável” em modelos numéricos com parametrizações incompletas… Mas dados medidos parecem ser bem mais interessantes do que previsões místicas de softwares, hein. É prudente “acreditar” em uma versão da história por ela ser a mais “endossada” pela “maioria”? Posso usar números e estatísticas, e construir gráficos sedutores — peer reviewed — pra provar o que quiser. A ciência é tão humana quanto os humanos, tsc… Ou acreditas, também, que cientistas (vamos generalizar) são invariavelmente seres superpoderosos, éticos, sinceros, abnegados que nunca mentem e que pautam-se pelo idealismo da defesa da verdade? Ho,ho,ho… acho que nãooo…
Sr. Rafael, Os modelos Geocêntrico e Heliocentrico estão incorretos. O Universo vai além da percepção do pensamento humano, que, atrela-se ao pensamento científico atual que está mais para ‘ciência de mercado’ do que para o objeto da ‘ciência pura’ que é a descoberta de ‘verdades’.
São duas as causas originais do tal ‘aquecimento global’: a enorme quantidade de ondas eletromagnéticas na atmosfera e o principal que causa o primeiro que é o aumento da população mundial. Quando esta chegar a 21 bilhões de habitantes lembre-se desse meu comentário.
Prezado rafael.
É louvavel seu empenho sobre tão questionada matéria. Apesar da distorção e indução da tese, o fato de que o clima na terra está aquecendo permanece. Todavia, é sabido que as emissões de gases na atmosfera só do vulcão pinatubo, em uma única erupção há décadas, superou toda a emissão de CO2 de toda a produção humana desde a revolução industrial, também é um fato inexorável.
Tambem é do conhecimento científico que o campo geo-magnético da terra que forma o campo de força protetor, está diminuindo assustadoramente, que as explossões e emissões de partícular de grande energia estão bombardeando o planeta com mais intensidade do antes se observou.
Só os “puns” de todos os ouvinos do mundo em um ano, já superam a emissão de CO2 que o homem produziu, e lançou na atmosfera.
Elencaria-mos muitos outros fatos deliberadamente ignorados.
Em tudo isso, o que mais nos estranha, é o fato de que os promotores da tese reinante não explicarem o porque dos senhores arautos dessa tese instituirem uma outra super-estrutura de poder financeiro, mediante um super banco de ambito mundial, para arrecadar e lucrar com essa tese do aquecimento global produzido pelo homem, enquanto eles mesmos são os maiores acionistas interessados no lucro pecuniário.
Se são profetas e paladinos do bem-estar social, por que querem ganhar muito dinheiro com tudo isso?
Tenha dó. Quantos artigos científicos você leu? Jornalista ecochato que não sabe o que fala, cita estatísticas falsas e não se fixa aos fatos. Pelo contrário, o aquecimento global não só não apresenta provas de ser real como também nem chega a ser uma teoria. É uma hipótese somente e tudo indica que é falsa. Quanto a não haver estudos, recomendo ver o lattes do Mollion, recomendo também alguns artigos como http://online.wsj.com/article/SB10001424052748703819904574551303527570212.html. enfim… por essas e outras tantas que a folha de sp perde muito critério como jornal. não sou contra preservar o planeta, mas lobismo… ahhhh tenha dó.
E falar da Igreja é praxe né. Marxista é f***! Se quer abrir a boca, argumente ao invés de usar o status de editor de jornal. http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?metodo=apresentar&id=K4781589E7
Ahhh… outra coisa… cargo não qualifica ninguém senhor repórter (se é que fez faculdade) já que tem blogueiro que se chama de jornalista. Eu não me considero como tal. Então antes de dar tanto crédito às fundações e descer o pau a Igreja (contando uma mentira, uma vez que Galileu nunca foi perseguido, pelo contrário, morreu católico com as bênçãos da Santa Sé), e antes de usar trapaças de retórica para convencer os seus leitores, devia gastar mai tempo estudando. São pessoas como você que acham que uma guerrilheira, assassina, assaltante, etc. que virou presidente exerce o poder legitimamente só porque a Constituição traz escrito que todo poder emana do povo, o que também não é verdade e se pode provar isso e nem é tão difícil. Enfim… pra quem ofende e chacota os cientistas sérios e renomados como Molion e tantos outros, sente-se ofendido muito facilmente. E mais uma coisa: publicações científicas não garantem nada além de que alguém fez um trabalho. Aquecimento Global nunca foi provado nem sequer constatado pelas observações.
Caro Douglas,
Obrigado pela leitura do blog. Minhas respostas às suas críticas estão embutidas no texto original do post que você comentou.
Abraços
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